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Procuradoria
Itaboraí quer dar título de propriedade a moradores da Reta
Por Procuradoria
Publicado em 21/09/2015
Habitantes de conjunto habitacional ocupado há 31 anos recebem apoio da Prefeitura para obter escritura“Na época, eu tinha uma criança pequena, estava grávida e morava de aluguel. O dinheiro também estava curto. Então, a solução foi vir para cá. Hoje, meu sonho é ter isso aqui legalizado. Poder dizer sem preocupação que a casa é minha”, conta a costureira Marta Lopes, de 52 anos, que hoje mora com o filho.
O mesmo desejo é compartilhado por Marcos Antônio Ribeiro, de 49 anos. Pai de duas filhas, uma delas estudante de arquitetura, e dono de um tradicional comércio na comunidade, ele não vê a hora de ter os documentos em mãos.
“É uma questão de respeito com a gente. Queria formalizar meu negócio, mas é impossível ter o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) sem esse título. Essa insegurança nos impede até mesmo de investir, porque não vamos gastar dinheiro sem termos a segurança de que o negócio é nosso”, explica Marcos Antônio.
O aval para que o projeto seguisse adiante partiu do prefeito de Itaboraí, Helil Cardozo. Segundo ele, além de possibilitar a formalização das moradias, a iniciativa tem influência direta na autoestima da comunidade.
“Já houve tentativas de regularização fundiária, mas essa situação nunca foi resolvida. Ao meu ver, isso fere a dignidade dessas pessoas, tendo em vista que elas vivem inseguras em suas próprias residências”, explica Helil Cardozo.
Legalidade
De acordo com Antônio Dias, procurador do município, a iniciativa será possível graças à Lei 11.977, de 2009, denominada “Minha Casa, Minha Vida”. A Lei garante às famílias de baixa renda, que ocuparam por um prazo determinada áreas públicas ou privadas, o direito de ter a moradia legalizada.
“O primeiro passo já foi dado. Inicialmente, realizamos o levantamento topográfico da área, que tem cerca de 340 mil m². O local é considerado no Plano Diretor Municipal como Zona Especial de Interesse Social (Zeis). Na última semana, registramos essas demarcações no cartório. Agora, temos que aguardar a decisão da Corregedoria Geral da Justiça do Estado do Rio de Janeiro”, disse Antônio.
No caso de um parecer positivo, a Prefeitura ficará autorizada a lavrar as escrituras. Ainda segundo o procurador, além de ser mais rápida, essa iniciativa não implica em processo judicial, que poderia levar anos se fosse feita de forma individual pelos moradores.
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