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Educação
Parque Paleontológico ganha sala de vídeo 3D
Por Educação
Publicado em 14/10/2014
Estudantes da Escola Municipal José Ferreira, em Itaboraí, estiveram nesta terça-feira (14/10) no Parque Paleontológico de São José, para assistir a primeira sessão da nova sala de vídeo instalada no local. A ação fez parte das comemorações da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, realizada em nível nacional pelo Governo Federal. Os alunos passaram a manhã no Parque, e também puderam conhecer as trilhas e achados paleontológicos da região, incluindo o fóssil de um xenungulado de 55 milhões de anos, recém-encontrado no sítio histórico e hoje em estudos na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A professora Lílian Bergqvist, responsável pela pesquisa, também participou das atividades.
A Prefeitura de Itaboraí tem realizado diversas melhorias no Parque Paleontológico, graças às parcerias com instituições como a Fundação Carlos Chagas Filho, de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), que possibilitou a abertura de novas trilhas, a melhoria da sinalização no local, investimentos nos laboratórios e a instalação da sala de vídeo com tecnologia 3D.
“A sala de vídeo em 3D oferece a oportunidade de utilizarmos a tecnologia para mostrar aos nossos visitantes os processos de transformação pelos quais a Terra passou. E Itaboraí tem papel de destaque, sendo o berço da diversificação dos mamíferos após a extinção dos dinossauros”, disse Luis Otávio Castro, biólogo e gerente do Parque.
A sala de vídeo é equipada com uma TV 3D de 60 polegadas e um equipamento de home theater, com capacidade para 24 pessoas sentadas. Já na entrada, cada espectador recebe um óculos especial para aproveitar os efeitos tridimensionais dos filmes, sempre ligados às áreas de estudos da Bacia de Itaboraí: paleontologia, arqueologia e geologia.
“Nunca tinha visto um filme em 3D, e achei muito legal. Parecia que os bichos saíam de dentro da TV”, disse Eduardo da Silva, 14 anos, aluno do 6º ano.
Após o filme, os alunos rumaram para as trilhas, agora já sinalizadas com placas informativas, facilitando a localização e a explicação a respeito da história do Parque. A visitação se estendeu aos laboratórios científicos, contando, ainda, com atividades lúdicas relacionadas à paleontologia.
À tarde, um outro grupo de alunos, da Escola Municipal Onze de Junho, também realizou a visitação ao Parque Paleontológico. A ação se repete na próxima quinta-feira (16/10), quando o mesmo roteiro se aplicará aos estudantes das escolas municipais Marly Cid de Almeida Abreu e Alfredo Torres. Ao todo, cerca de 100 alunos devem participar das atividades.
“Nossa missão é envolver cada vez mais a ciência e a tecnologia no ensino, permitindo que os alunos compreendam melhor os temas e possam multiplicar as informações junto a suas famílias e comunidades”, disse Vanda Cardozo, coordenadora de Projetos Educacionais Tecnológicos da Secretaria Municipal de Educação e Cultura.
Esta é a primeira vez que Itaboraí participa da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. As atividades no município se estenderão até o fim do mês, com diversas ações voltadas, principalmente, aos estudantes da rede pública municipal.
Confira abaixo a programação no município:
Ciência e Tecnologia na escola
13 a 19/10 – Escolas municipais
Passeando na ciência
16 e 17/10 – Visita ao Maguezal de Itambi – 8h
16/10 – Um dia no parque: visita ao Parque Paleontológico de São José – 8h e 13h
21/10 – Visitas ao Centro de Educação Ambiental do Instituto Estre / Centro de Gerenciamento de Resíduos de Itaboraí – 8h e 13h
29/10 – Visita ao Núcleo Avançado de Tecnologia em Alimentos / Nata / C.E. Comendador Valentim dos Santos Diniz – 8h
Palestra: “Reflexões e práticas em educação ambiental – discutindo o consumo e a geração de resíduos sólidos
22 e 23/10 – Salão Nobre da Prefeitura – 8h no dia 22 e 13h no 23
Ciência e tecnologia na prática – ensino e aprendizagem
30 e 31/10 – Oficina: “Primeiros socorros” – Praça Marechal Floriano Peixoto – 8 às 12 e 14 às 17h
30 e 31/10 – Oficina: “Um dia de paleontólogo” – Praça Marechal Floriano Peixoto – 9 às 11 e 14 às 16h
Núcleo Tecnológico Municipal (NTM)
30/10 – Horta orgânica em pequenos espaços / O que é que essa água tem – Praça Marechal Floriano Peixoto nº 431 – 9 às 12h
30/10 – Limpando e perfumando – Praça Marechal Floriano Peixoto nº 431 – 13 às 16h
31/10 – Água, fonte da vida – Praça Marechal Floriano Peixoto nº 431 – 9 às 12h
31/10 – Bioquímica na cozinha – bolo de caneca – Praça Marechal Floriano Peixoto nº 431 -13 às 16h
31/10 – Alimentação e saúde – Praça Marechal Floriano Peixoto nº 431 – 9 às 12 e 13 às 16h
Cine Ciência – Associação da Maior Idade de Itaboraí
30/10 – Mostra VerCiência – Praça Marechal Floriano Peixoto, Rua João Caetano, Centro – 9, 14 e 15h
30/10 – Roda de conversa atividades desenvolvidas nas escolas – Praça Marechal Floriano Peixoto, Rua João Caetano, Centro -10h
30/10 – Produtos audiovisuais e radiofônicos das escolas – Praça Marechal Floriano Peixoto, Rua João Caetano, Centro – 10h30min
31/10 – Mostra VerCiência – Praça Marechal Floriano Peixoto, Rua João Caetano, Centro – 9 e 10h
31/10 – Roda de conversa atividades desenvolvidas nas escolas – Praça Marechal Floriano Peixoto, Rua João Caetano, Centro -14h
31/10 – Produtos audiovisuais e radiofônicos das escolas – Praça Marechal Floriano Peixoto, Rua João Caetano, Centro – 14h
Mostra – O Conhecimento Científico ao Alcance de Todos
30/10 – Abertura, orquestra e coral Chiquinha Gonzaga – Praça Marechal Floriano Peixoto – 9h
30 e 31/10, das 9 às 16h na Praça Marechal Floriano Peixoto
– Cobertura audiovisual e transmissão radiofônica ao vivo realizada por alunos das escolas
– Caravana da Ciência e Planetário Móvel
– Exposição de animais peçonhentos
– Serviços de atendimento, prevenção e orientação à saúde
– Exposição e apresentação de trabalhos Laboratórios de Informática Educacional e Núcleo Tecnológico Municipal de Itaboraí
– Atividades interativas com tecnologias da comunicação e informação: jogos, atividades artísticas, animações, exibição de vídeos
– O conhecimento científico na biblioteca
Exposição Arqueologia no Vale do Macacu
31/10 – Casa Heloísa Alberto Torres – 8 às 17h
Semana Nacional de Ciência e Tecnologia
É coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e realizada nacionalmente desde 2004. Conta com a colaboração do setor público e privado, de entidades, fundações e instituições de ensino, divulgação e pesquisa. Além de secretarias estaduais e municipais, em especial de Ciência e Tecnologia e Educação.
O objetivo desta semana é democratizar o acesso ao conhecimento e aproximar a população da ciência e da tecnologia, promovendo e estimulando atividades de divulgação científica em todo o país. Em 2013, foram realizadas aproximadamente 34 mil atividades em 742 cidades brasileiras, coordenadas por mais de 1,1 mil instituições.
Em Itaboraí, o evento se estenderá até o fim do mês, sob o título: “1º Evento Pedagógico de Ciência e Tecnologia de Itaboraí: O conhecimento científico ao alcance de todos”.
Sobre o Parque Paleontológico de São José
Em 1928, um fazendeiro achou pedaços de rocha que considerou interessantes. Levou para análise e descobriu que se tratava de calcário. Com isso, a área foi vendida para a Companhia Nacional de Cimento Mauá, que aproveitou o material na construção da Ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói) e do Estádio Mário Filho (Maracanã). A fábrica foi visitada por grandes personalidades, incluindo alguns presidentes da república, sendo considerada uma das experiências mais bem-sucedidas de fabricação de cimento no país.
Com a exploração mineral, descobriram-se vestígios arqueológicos. E quando o calcário terminou, em 1984, restou uma depressão de 70 metros, que foi progressivamente coberta com água da chuva e de veios subterrâneos, erguendo um grande lago. Seis anos depois, em 1990, a Prefeitura Municipal de Itaboraí declarou a área de utilidade pública, através de um processo de desapropriação. Com isto, em 1995, nascia o Parque Paleontológico de São José, eleito pela Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos (Sigep), órgão ligado à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), um dos patrimônios da humanidade.
No Parque já foram descobertos fósseis de diversos mamíferos, gastrópodes, répteis e anfíbios, se destacando o tatu mais antigo do mundo e o ancestral das emas. Ambos do Paleoceno, datados de cerca de 55 milhões de anos. Foram achados, também, fósseis de preguiça gigante e mastodonte, da Idade Pleistocênica (aproximadamente 20 mil anos). Também foram encontrados restos arqueológicos, evidenciando a presença do homem pré-histórico no local.
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