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Publicado em 20/02/2022

Itaboraí fica localizado na Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro (RMRJ), que reúne 22 municípios fluminenses. A área geográfica, também conhecida como Grande Rio, foi instituída pela Lei Complementar nº 20, de 1º de julho de 1974, após a fusão dos antigos estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, unindo as então regiões metropolitanas do Grande Rio Fluminense e da Grande Niterói. Após sucessivas leis estaduais, que se somaram às atribuições conferidas aos estados federados pela Constituição de 1988, esses limites se alteraram, passando a RMRJ a incluir, atualmente, os municípios do Rio de Janeiro, Belford Roxo, Cachoeiras de Macacu, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Magé, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Petrópolis, Queimados, Rio Bonito, São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica e Tanguá. Com um número aproximado de mais de 13 milhões de habitantes, segundo a estimativa do Censo IBGE de 2021, é a segunda maior área metropolitana do Brasil.

Aspectos Geográficos e Socioeconômicos do Município de Itaboraí

Itaboraí está localizado na baixada litorânea da Região Metropolitana, às margens da Baía de Guanabara, a 45 km de distância da capital. Segundo o Censo (IBGE/2022), possui uma área de 429,961 km², o que o coloca na posição 39 dentre os 92 municípios do estado, com uma população de 224.267 habitantes, sendo a densidade demográfica de 521,6 pessoas por quilômetro quadrado. Seu gentílico é itaboraiense. Faz divisa com os municípios de 1- Guapimirim, 2- Cachoeiras de Macacu, 3- Rio Bonito, 4- Tanguá, 5- Maricá, 6- São Gonçalo e com a Baía de Guanabara. O seu território está dividido em 8 distritos, que são: 1º Distrito – Itaboraí, 2º – Porto das Caixas, 3º – Itambi, 4º – Sambaetiba, 5º – Visconde de Itaboraí, 6º – Cabuçu, 7º – Manilha e 8º – Pachecos.

As características do relevo de Itaboraí são bem diferenciadas. As maiores altitudes são encontradas na Serra do Barbosão à leste, na divisa com o Município de Tanguá, e nas Serras do Lagarto e Cassorotiba ao sul, na divisa com o Município de Maricá. Nas demais localidades, ao norte e a oeste, predominam as planícies, onde estão concentrados os rios que convergem para a Baía de Guanabara. Entre as planícies e as serras, observa-se um relevo suavemente ondulado, com morros que raramente ultrapassam os 50m de altitude. Parte de seu território é voltada para a Baía de Guanabara, compondo, com os municípios de Magé, Guapimirim e São Gonçalo, a APA de Guapimirim, uma Unidade de Conservação de uso sustentável voltada para a preservação e conservação de remanescentes dos manguezais.

O clima do município é tropical e a vegetação é composta principalmente por pastagens, com sua maior concentração no distrito de Cabuçu, Pachecos e Sambaetiba, havendo também mata de encosta, mangues e brejos. Os remanescentes de mata atlântica são observados nos setores mais íngremes e elevados nas serras do Barbosão e do Lagarto, sendo em maioria matas tipicamente secundárias, resultantes da regeneração natural após muita exploração de madeira para a construção civil e naval e obtenção de carvão e lenha, especialmente no passado, desde a colonização do recôncavo da Guanabara. No restante do município, as matas se encontram muito fragmentadas e aparecem em locais isolados. Os manguezais ocupam uma grande área na desembocadura dos rios que deságuam na Baía de Guanabara, em áreas de poucos declives e cortadas pelos rios Macacu e Guaxindiba.

O município de Itaboraí apresenta uma densa rede hidrográfica formada pelas bacias dos rios Guapi-Macacu, do rio Caceribu e dos rios Guaxindiba-Alcântara. Além desses, existem outros rios importantes, porém de menor extensão, como os rios Aldeia, da Vargem ou Várzea, Tingidor, Calundu ou Iguá, Pitanga e Goianã ou Guaianã, dentre outros.

A economia do município gira em torno do comércio diversificado, da oferta de serviços, da existência de algumas grandes indústrias que se instalaram no município no decorrer dos anos, da manufatura cerâmica (decorativa e utilitária), da produção de mudas, flores e plantas ornamentais, da cata do caranguejo, da fruticultura, da apicultura e da pecuária extensiva. No início dos anos 2000, o Governo Federal brasileiro decidiu construir em Itaboraí um Complexo Petroquímico da PETROBRÁS, conhecido como COMPERJ – Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro. Tratava-se de obra grandiosa, todos os números envolvidos eram gigantescos. Bilhões de dólares seriam investidos e milhares de empregos seriam criados. A cidade agitou-se completamente com essa nova “onda econômica” que superava – e muito – as ondas anteriores como a da cana de açúcar no período colonial, a da laranja e a das olarias nas décadas de 1960-1970… Itaboraí passou a ser, por alguns anos, uma espécie de símbolo do desenvolvimento do país num período de forte crescimento econômico. Havia, em toda a cidade, a esperança de novos tempos de prosperidade. Inúmeros empreendimentos surgiram, prédios de grande porte começaram a ser construídos, um grande shopping foi erguido, pessoas vieram de várias partes do país e até do exterior e muitos investimentos paralelos foram feitos baseados na perspectiva de que o COMPERJ iria dar sustentação a essa nova fase econômica da cidade. Inicialmente previsto como um Complexo Petroquímico, este produziria resinas plásticas, vários outros produtos e derivados de petróleo, como óleo diesel, solventes, coque, gases etc. No entanto, o sonho não se realizou completamente, pois uma grave crise política no país e uma forte redução no crescimento econômico paralisaram as obras. Esta interrupção permaneceu e se agravou, gerando muito desemprego e diversos empreendimentos imobiliários ficaram incompletos, obras restaram inacabadas e abandonadas. Mais atualmente, após dezesseis anos do projeto original, novas soluções foram propostas para o local, e o antigo Complexo Petroquímico passou por diversas mudanças, sendo agora um polo para processamento do gás natural. Denominado em princípio de GasLub, a partir do segundo semestre de 2024 foi reinaugurado como Complexo de Energias Boaventura, nome dado em homenagem ao Convento Franciscano de São Boaventura, do século XVII, cujas imponentes ruínas estão localizadas na área do Complexo, sendo totalmente preservadas pela Petrobrás.

Riqueza Histórica e Cultural

Em Itaboraí encontra-se um importante patrimônio científico, com o mais antigo e importante sítio paleontológico do Brasil, onde foram encontrados, a partir da exploração de calcário na Fazenda São José, no início do século XX, um conjunto de fósseis pré-históricos, incluindo a presença de animais e plantas fossilizados que viveram na região entre 65 e 53 milhões de anos, no período Paleoceno, e outros que ali habitaram no Neopleistoceno, há cerca de 1 milhão de anos – entre eles uma preguiça gigante (Eremotherium sp.) que pesava várias toneladas e media cerca de 7 metros de comprimento. Além disso, o sítio guarda evidências da presença do homem em épocas remotas, talvez desde o Pleistoceno Médio. Por isso, o Parque Paleontológico de São José, criado por Lei Municipal na década de 1980, é um grande patrimônio científico, reconhecido internacionalmente como o “Berço dos mamíferos pré- históricos no Brasil”, que promove o interesse de vários pesquisadores desta área de estudo. Outras preciosidades são os mais de 50 sítios arqueológicos e sambaquis, encontradas na região do COMPERJ, e os resquícios de cemitérios indígenas de Itambi e Visconde de Itaboraí.

Itaboraí também possui um rico patrimônio histórico arquitetônico, em que se ressalta o conjunto das ruínas do Convento de São Boaventura – tombado pelo IPHAN –, que começou a ser construído em 1660. Suas ruínas são consideradas um dos mais belos e importantes conjuntos arquitetônicos religiosos da época da colonização brasileira, sendo a quinta construção da Ordem Franciscana no Brasil. Além do Convento, destaca-se o Centro Histórico da Praça Marechal Floriano Peixoto, com os prédios do período colonial e imperial, tais como: Igreja Matriz de São João Batista, Casa de Câmara e Cadeia, Palacete Visconde de Itaboraí – sede da Prefeitura Municipal, Teatro João Caetano, Casa de Cultura Heloísa Alberto Torres e Casa Paulina Porto – sede da Secretaria Municipal de Cultura. Nas imediações do Centro Histórico estão ainda a Capela de Nosso Senhor do Bonfim, a Loja Maçônica Concórdia I e a Fonte da Carioca, do mesmo período histórico. Além disso, merecem atenção as construções jesuíticas da Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Porto das Caixas (local em que a imagem do Cristo Crucificado verteu sangue, na década de 1960, gerando intensas romarias vindas de todo o país para a localidade) e da Igreja de São Barnabé, onde ainda persistem algumas construções do núcleo da Vila de Itambi como o casario, os antigos armazéns e a estação ferroviária, dentre as várias outras como as de Visconde, Venda das Pedras e Sambaetiba. Após o declínio do transporte fluvial e seus vários portos (como o até então importante porto das caixas), as estações tornaram-se os principais pontos de escoamento de produtos e pessoas com a chegada da ferrovia, na segunda metade do século XIX, estando em Porto das Caixas o primeiro Túnel Ferroviário do Brasil. Aliás, a herança da pujança econômica do município neste período também está visível na presença das fazendas: Patrimônio, Montevidio, Cabuçu, Conceição, São Tomé e Itapacorá, que teve sua capela restaurada em 2014.

Completando o rico patrimônio itaboraiense, a cultura imaterial também se destaca, especialmente na Arte Oleira; no artesanato manual; nas Festas Religiosas Católicas de São Barnabé, Nossa Senhora da Conceição, São Jorge, São Pedro e do padroeiro da cidade, São João Batista; e nas Folias de Reis e Bandas de Música, dentre outras que, embora com algumas mudanças, resistem ao tempo e às novas influências.

Referências:

  • https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rj/itaborai/panorama
  • https://www.modelarametropole.com.br/rmrj/#rmrj-regiao
  • https://www.alerj.rj.gov.br/

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