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Saúde

Itaboraí realiza V Seminário de Saúde da População Negra com foco em equidade, conhecimento e combate ao racismo institucional

Por Saúde

Publicado em 27/11/2025

Evento reúne profissionais da região, especialistas e lideranças para fortalecer políticas públicas voltadas à população negra

A Prefeitura de Itaboraí, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA), promoveu nesta quinta-feira (27/11) o V Seminário Municipal de Saúde da População Negra: Equidade e Cuidado Humanizado na Saúde, realizado na sede da Ordem dos Advogados do Brasil – 25ª subseção Itaboraí. O encontro reuniu profissionais da saúde, pesquisadores, lideranças comunitárias e convidados de diversos municípios, com o objetivo de ampliar o debate sobre equidade racial, fortalecer práticas antirracistas e qualificar as ações de cuidado voltadas à população negra.

Com o tema “Equidade e Cuidado Humanizado na Saúde”, o seminário contou com mesas-redondas e reflexões sobre desafios e caminhos para enfrentar desigualdades históricas que ainda impactam a população negra no SUS.

Entre os participantes estiveram representantes da Coordenação de Direitos Humanos de Niterói, do Ponto Focal de Anemia Falciforme de São Gonçalo, além do médico keniano e especialista em Doença Falciforme, Dr. Denis Kirii Nyaga. Também marcaram presença profissionais da rede municipal, lideranças de movimentos sociais, usuários do SUS e convidados internacionais, como os médicos Alvin Mbugua Mutura, do Quênia, e Kennedy Kangethe Nganga, do Suriname.

Em um discurso emocionado, a secretária municipal de Saúde, Analice Rangel, destacou a responsabilidade do poder público no enfrentamento das desigualdades raciais e na construção de uma rede de cuidado mais humana.

“Hoje, estar aqui como secretária tem um peso muito maior. Agradeço às nossas equipes, lideranças e usuários do SUS pela presença. É muito difícil para algumas pessoas entenderem por que precisamos de uma linha de cuidado específica. Mas os dados mostram: mulheres negras ainda têm três vezes mais risco de morrer durante o parto; pessoas negras continuam sendo negligenciadas. Isso não é opinião, é estatística, é história. Nosso dever é garantir equidade, tratar diferente quem foi afetado de forma diferente. A Secretaria de Saúde está à disposição para avançarmos juntos”, afirmou a secretária

Durante o evento, dois vídeos enviados pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro reforçaram a importância da pauta: um do Dr. Celso Vergne, da Coordenação de Desigualdade Racial e Doenças Negligenciadas, e outro da Drª. Márcia Alves, da Coordenação de Saúde da População Negra.

A coordenadora da Linha Municipal de Cuidado à Saúde da População Negra e ponto focal de Anemia Falciforme, Cláudia Bonfim, ressaltou o papel transformador do seminário e a urgência do debate sobre saúde e racismo.

“A importância desse seminário é desenvolver e distribuir conhecimento, como vimos aqui hoje. Muita gente não sabe o que é anemia falciforme, não sabe que nós, pessoas negras, somos maioria em Itaboraí e que ainda enfrentamos muitas dificuldades no acesso e no tratamento. O trabalho nos territórios é essencial. Se eu não estivesse nas escolas, dando palestras de antirracismo, não teria conhecido o Caio, um menino brilhante, lembrado em todas as mesas hoje. Meu papel é esse: garantir que nossas dores sejam reconhecidas, que nossos direitos sejam respeitados e que a saúde da população negra seja prioridade”, afirmou a coordenadora.

As mesas-redondas reuniram profissionais especialistas em Doença Falciforme, Saúde Mental, Direitos Humanos, Controle da Tuberculose, além de representantes de movimentos sociais e familiares. Participaram: Lilian Quellen (São Gonçalo), Hélder da Silva (especialista em Doença Falciforme), Valmir Gomes (ACS), Dr. Denis Kirii Nyaga, Juliana Lopes (familiar), Eliane Arruda (Fórum de Mulheres Negras de Itaboraí), Cláudia Almeida (Secretária de Direitos Humanos de Niterói) e Amaro Valente (Movimento Negro Unificado).

O V Seminário Municipal de Saúde da População Negra reafirma o compromisso de Itaboraí com a construção de políticas públicas pautadas em equidade, educação, acolhimento e combate ao racismo institucional.

Ao final, a mensagem deixada por gestores, profissionais e participantes foi unânime: somente com diálogo, conhecimento e compromisso coletivo é possível garantir um SUS verdadeiramente inclusivo, humano e antirracista.

Secretaria Municipal de Comunicação

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