Saúde: prefeito declara situação de emergência

Para garantir o atendimento à população, prefeito fará contratação emergencial de 700 profissionais para os postos de atenção básica e unidades de urgência e vai rever contratos de aluguel de prédios e de equipamentos feitos de forma irregular por seu antecessor.

Com 36 postos de saúde e 45 equipes do Programa Saúde da Família (PSF) sem funcionar regularmente por falta de profissionais e de pagamento de contratos de aluguel de prédios e equipamentos, o prefeito de Itaboraí, Helil Cardozo (PMDB), resolveu decretar situação de emergência na área da Saúde. O anúncio foi feito na tarde desta sexta-feira (04-01) durante visita ao Posto de Atendimento Médico (AME) de Itambi. A unidade de urgência 24 horas, inaugurada há apenas seis meses, estava fechada desde o dia 30 de novembro passado por falta de pagamento de pessoal, rompimento de contratos de fornecimento de alimentação e limpeza, e aluguel de ambulâncias em atraso.

“Essa situação não pode permanecer nem mais um dia, vamos contratar os médicos de volta e regularizar os contratos para que o atendimento não seja prejudicado”, afirmou o prefeito, que pretende recontratar 700 médicos, enfermeiros e auxiliares que haviam sido dispensados no dia 31 de dezembro pelo antigo gestor. O número, segundo o prefeito, será suficiente para normalizar o

atendimento nos postos de saúde básica e nos PSFs.

Na visita ao posto de Itambi, Helil constatou que o prédio está apto a funcionar e possui, inclusive, estoque de medicamentos suficiente para dois meses. Segundo a diretora administrativa da unidade, Juliana Simões, durante o período de funcionamento, o posto chegou a realizar dez mil atendimentos.   “Trata-se de um problema de gestão. O antigo prefeito contratou uma empresa que não cumpriu com os pagamentos dos funcionários e com os aluguéis das ambulâncias e do próprio prédio onde o posto funciona, um absurdo”, disse Helil, esclarecendo que pretende fazer contratações diretamente pela prefeitura.

Apesar de não estarem fechados, os demais postos de saúde básica da cidade também funcionam de forma precária. De acordo com o secretário de Saúde, Edilson Santos, oito deles estão instalados em prédios alugados, cujos pagamentos estão com três meses de atraso. São eles: Monte Verde, Marambaia, Vila Brasil, Ampliação II, Aldeia da Prata, Vila Gabriela, Porto das Caixas e Agrobrasil.

Helil deu prazo de 30 dias a sua equipe para que a unidade volte a funcionar plenamente com consultórios clínico, dentário e duas ambulâncias para transporte de pacientes. Outros dois problemas a serem enfrentados são abastecimento de energia e de água no posto. Só há uma caixa d´água, que segundo a administradora não dá vazão a demanda, e o fornecimento de energia é irregular. Helil já determinou ao secretário de Obras a instalação de um poço artesiano para solucionar emergencialmente a questão da água e pedirá à Ampla, concessionária de energia elétrica que atende à região, a construção de uma subestação de energia no bairro.

Pacientes que aguardam cirurgias desde 2009 serão atendidos em mutirão

O prefeito Helil Cardozo, que desde o dia 2 despacha numa sala do Hospital Municipal Desembargador Leal Junior, no Centro de Itaboraí, almoçou hoje com os médicos no refeitório da unidade e garantiu que a partir de fevereiro iniciará um mutirão para a realização de cirurgias eletivas. “Em três meses quero zerar a fila de espera por cirurgias, pois há 840 pessoas sofrendo desde 2009 sem saber quando poderão ser operadas”, afirmou Helil.