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Saúde
Itaboraí finaliza Semana de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes
Por Saúde
Publicado em 23/05/2018
A Prefeitura de Itaboraí, por meio do Grupo de Trabalho (GT) de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, composto pelas secretarias municipais de Saúde; Educação. Desenvolvimento Social; Cultura, Esporte, Lazer e Turismo; Segurança e Defesa Civil, os Conselhos Tutelares e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente finalizaram na última sexta-feira (18/05), no Shopping Itaboraí Plaza, a Semana de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
A programação contou com roda de conversa sobre o tema, e ainda com apresentações de dança, música e outros, da Escola Municipal Padre Hugo Montedônio Rêgo, em Vale do Sol; do CIEP 415 Miguel de Cervantes, em Manilha; Do Colégio Estadual Visconde de Itaboraí (Cevi), em Itaboraí e do Movimento Coletivo Ponte Cultural, no Apolo.
Segundo a coordenadora do Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança e Adolescente (Paisca), Maria Fernanda Leones, anteriormente era realizado apenas um dia para esta conscientização do abuso e exploração sexual no município. Para este ano foi planejado uma semana de atividades. Além de ser trabalhado com mais ênfase este mês, o tema nas escolas, equipamentos do Desenvolvimento Social e outros.
“E também por conta disso, desde o ano passado foi criado o GT, com o intuito de fomentar outras ações ao longo do ano. Nos reunimos mensalmente para discutimos estratégias, para combater os abusos e exploração sexual de crianças e adolescentes”, frisou Maria Fernanda.
Com uma apresentação musical e teatral sobre o caso “Araceli”, alunos da Escola Municipal Padre Hugo Montedônio Rêgo emocionaram os presentes e pediram em alto e bom som “chega de estupro, de violência contra a criança e adolescente”. E ainda cantaram a música “Trancado no quarto”, da cantora gospel, Bruna Karla, e exibiram fotos da menina Araceli.
A dirigente de turno da Escola Municipal Padre Hugo Montedônio Rêgo, Renata Montovani pesquisou sobre a história de Araceli e ensaiou o grupo de alunos. E ainda leu para os presentes sobre o caso da menina Araceli Cabrera Crespo, que tinha 8 anos quando foi raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada, no Espírito Santo, em 1973. Recentemente (18-05-15), o desaparecimento da menina completou 42 anos, mas ninguém foi punido pelo crime. Após a prisão, julgamento e absolvição dos acusados, o processo foi arquivado pela Justiça. Em memória à menina Araceli, uma das mais emblemáticas vítimas de violência contra a criança no país, o dia 18 de maio foi instituído como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, com a aprovação da Lei Federal 9.970/2000.
“Eu conheço história próxima de abuso sexual e que os pais não acreditaram na criança. Por isso, este é um assunto que trato abertamente entre os alunos e também meus filhos. Espero que um dia essas crianças e adolescentes cresçam em um país sem a referência do caso Araceli”, disse Renata, ressaltando ainda o Disque 100 como forma de denunciar casos de abuso e exploração sexual, que pode ser denúncia anônima.
Segundo a coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Renata Ximenes, atualmente 144 casos de crianças e adolescentes estão sendo acompanhados no município. Destes, 71 são por abuso sexual, sendo 51 contra meninas e 20 com meninos. Os outros são por maus tratos, negligência, abandono e outros.
“Gostaríamos que não tivesse nenhum desses casos, mas sabemos que este número pode ser muito maior, visto que muitas pessoas não denunciam e não falam sobre o assunto com pais e responsáveis. Esses casos chegam até nós, por meio do Conselho Tutelar, Ministério Público, escolas, Disque 100 e demandas espontâneas. E no Creas, essas crianças e adolescentes são acompanhados por uma equipe multidisciplinar, composta por psicólogo, assistente social, pedagogo e educador social”, disse Renata.
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